sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"A man needs to travel..."

Fui convidado a dar o meu depoimento hoje, duranto o décimo encontro anual dos coordenadores dos programas CAPES/Fipse, sobre os impactos pessoais e acadêmicos que o intercâmbio teve em minha vida. Segue aqui a versão em português e em inglês da apresentação:

[Versão em português]

Bom dia a todos.

Me chamo Leonardo e sou graduando do curso de Letras – Língua Inglesa e Literaturas na Universidade Federal de Santa Catarina. Fui bolsista do programa CAPES/Fipse no segundo semestre do ano de 2009, quando tive a oportunidade de estudar na Wayne State University, em Detroit – Michigan. Como o programa influenciou minha vida acadêmica e pessoal? Talvez não pareça, mas essa é uma pergunta muito difícil de se responder. Afinal de contas, as influências positivas foram tantas e ocorreram de tão variadas maneiras que fica difícil traduzí-las em palavras.

Hoje olho para trás e percebo como cada lição foi importante para que eu pudesse chegar aqui. Quando me inscrevi para o programa da CAPES/Fipse para estudos interdisciplinares nas áreas de Cinema, Literatura e Estudos Culturais, eu não imaginava que teria alguma chance de conseguir a bolsa – pelo menos não ainda. No fundo eu tinha esperança (a gente sempre tem!), mas eu dizia para mim mesmo: “não se iluda!”. Por isso minha surpresa foi tão grande ao ver o meu nome na lista dos selecionados.

E o tempo voou... Escolhemos as universidades, providenciamos inumeráveis documentos e formulários, etc. Quando percebi, já havia chegado a hora de embarcar para a minha “missão internacional”. Diversos preparativos, despedidas, desejos de boa sorte...

A experiência de morar na universidade foi única. Conheci muita gente e vivenciei, de verdade, o ambiente acadêmico. Convivendo com pessoas de diversas partes do mundo, aprendi a me tornar uma pessoa muito mais tolerante. Mais humana, eu diria. Conhecer uma nova cultura, vivenciar um novo clima, experimentar diferentes comidas, ... Em termos acadêmicos, os aprendizados também foram imensuráveis. A minha paixão por Cinema, Literatura e especialmente pelos Estudos Culturais aumentou consideravelmente. Ainda por cima, pude estudar Francês e ter a oportunidade única de aprender uma outra língua estrangeira por intermédio da língua inglesa.

Os fins de semana e as madrugadas que passei preso aos livros valeram muito a pena. Passar um semestre longe da minha casa de verdade foi desafiador, mas também uma oportunidade de crescimento pessoal. Posso dizer que me tornei uma pessoa mais independente, mais pró-ativa, e mais compreensiva também. Além disso tudo, aprendi a acreditar muito mais em mim mesmo. “Nunca deixe de acreditar” passou a ser o meu lema.

De volta para o Brasil, trouxe na mala, além de quilos e mais quilos de livros, recordações de momentos que foram muito significativos, e muita vontade e desejo de me envolver em diversas atividades acadêmicas. Agora, caminhando em direção ao fim da minha graduação, faço parte de um grupo de pesquisa do CNPq e desenvolvo um projeto de iniciação científica na área de Estudos Culturais. Projeto este cuja ideia teve início lá em Detroit, durante as aulas de “Literatura e Identidade”.

Infelizmente, o programa CAPES/Fipse de interdisciplinaridade nas áreas de Cinema, Literatura e Estudos Culturais não foi renovado para este ano. Posso dizer, então, que fui um dos últimos sortudos a ter esta oportunidade incrível.

Agradeço imensamente a todos que tornaram esse programa possível, acreditando na importância de proporcionar também aos alunos de graduação oportunidades para expandirem seus horizontes e desenvolverem seus objetivos acadêmicos.

Gostaria de finalizar com as palavras de Amyr Klink, navegador brasileiro que diz:

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” (Amyr Klink)

Muito obrigado pela atenção!


[Versão em inglês]

Good morning,

My name is Leonardo da Silva and I am an undergraduate student at the Federal University of Santa Catarina, where I study English Language and Literatures. I was an exchange student of the CAPES/Fipse program in 2009, when I had the opportunity to study at Wayne State University – in Detroit, Michigan. How did the exchange program influence my academic and personal life? This is a very hard question to answer. After all, the program has influenced me so much and in so many different ways that it is very difficult to translate all of its positive aspects into words.

Today I look back and I realize how every lesson was important for me to be here today. When I applied for the CAPES/Fipse program of interdisciplinary studies in the areas of Cinema, Literature and Cultural Studies, I did not think that I would be able to get the scholarship. In fact, deep inside I was hopeful, but as I was only in my third semester few people thought that I would make it. That is why I was very surprised when I saw my name on the list of the chosen students.

From that moment on, time flew by… We chose the universities, organized various documents, applied for the visa. When I realized, it was already time to embark on my international mission. There were goodbyes, wishes of good luck, hopes and dreams…

The experience of living on campus was a unique one. I met several people and I could experience the academic environment of an American university. By living with people from all around the world, I learned to be a much more tolerant person. More human, I would say. Getting to know a different culture, experiencing a new weather, trying different food… Every single thing was very meaningful. In academic terms, the experience was more than valuable. My passion for the areas of Cinema, Literature and specially Cultural Studies increased considerably. Moreover, I could study French and have the experience of learning a different language through my second language (that is, English).

I spent my weekends and many nights with my books. But I can say that every minute and every hour that I spent studying was worth it. Being an entire semester away from my family and my real home was also very challenging; it was, however, an opportunity for personal growth. I’ve become a much more independent, active and understanding person. Besides, I’ve learned to believe in my potential. I could even say that “Don’t stop believing” became my life motto.

Back to Brazil, I brought in my luggage, besides several heavy books, memories of many meaningful moments and a strong desire to get involved in various academic activities. Now, as I am about to graduate, I am part of a research group and of a project of academic and scientific initiation sponsored by CNPq. It is important to mention that this very project started in Detroit, during my “Literature and Identity” classes.

Unfortunately, the CAPES/Fipse program of interdisciplinary studies in the areas of Cinema, Literature and Cultural Studies was not renewed this year. It is possible to say, then, that I was one of the last lucky students to have this wonderful opportunity.

I really appreciate all of those who have made this program possible and those who believe in the importance of providing undergraduate students with the opportunity to expand their horizons and build and develop their academic goals.

To conclude, I’d like to quote Amyr Klink, a Brazilian sailor and writer:

"A man needs to travel. By his means, not by stories, images, books or TV. By his own, with his eyes and feet, to understand what is his. For some day planting his own trees and giving them some value. To know the cold for enjoying the heat. To feel the distance and lack of shelter for being well under his own roof. A man needs to travel to places he doesn't know for breaking this arrogance that causes us to see the world as we imagine it, and not simply as it is or may be. That makes us teachers and doctors of what we have never seen, when we should just be learners, and simply go see it."

Thank you all for your attention!



sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Playlist de fim de ano

Quem me conhece sabe o quanto eu gosto de música. Chego a ser um pouco chato às vezes, já que gosto de cantar o tempo todo. Durante uma conversa, fico pensando em músicas com as palavras que acabaram de ser ditas... É engraçado, mas eu sempre achei que a vida deveria ter trilha sonora. Na verdade, eu queria viver em um musical. De certa forma, acho que no meu mundinho particular vivo em um musical. Há músicas que me marcam bastante, e durante esse semestre na Wayne (que passou voando), há vários exemplos de canções que vão sempre me trazer boas memórias. Como está chegando o fim do ano e ando tão nostálgico com relação à tudo o que aconteceu (principalmente durante o segundo semestre), resolvi criar uma playlist com as músicas que marcaram meu semestre. Vamos lá (clique no título para “ouvir” a música no Youtube):

1) Don’t stop believin’ (Journey)

Essa música é praticamente o hino de Detroit. Tocava no final de todas as festas no Coaches’ Corner e levava o povo a loucura. Até comprei um pôster com o título da música para colocar no meu quarto, para que eu sempre lembre da maravilhosa experiência que tive e para que eu nunca deixe de acreditar na vida.

2) What hurts the most

Música triste, mas mesmo assim muito bonita. É basicamente o tipo de música que eu gosto, e que escutei várias vezes ao longo do semestre por influência do Rafael (da Bahia).

3) I gotta feeling (Black Eyed Peas)

Essa música, que estourou também no Brasil nesse ano, era basicamente o hino da Juliana (também da Bahia), que tava sempre disposta a convencer todos a irem a mais uma festa no fim da semana cansativa.

4) Down

Toda vez que eu ouvir a frase “even when the Sky is falling down...” vou me lembrar das aulas de hip hop (que até hoje não sei se eram de Hip hop mesmo, já que dançávamos de tudo – tudo mesmo, incluindo Lady Gaga). Eu mal conseguia seguir os passos, mas ria muito e me exercitava bastante!

5) Cupid Shuffle

A dança sincronizada com os passos super fáceis ao som de “to the right, to the left...” fez a minha alegria por diversas vezes…

6) 3 – Britney Spears

Essa nova música da Britney Spears também fez o maior sucesso enquanto estive lá.

7) Hoje eu tô solteira – The Brothers

Versão em Português de “Single Ladies”, essa música nos fez lembrar da criatividade brasileira. Afinal, quando a gente tá longe do país que ama, escutamos de tudo (incluindo “Créu”).

8) Ignorance – Paramore

O show do Paramore em Detroit vai me marcar e, como é muito difícil escolher entre a lista imensa de ótimas músicas, fica aí o primeiro single do novo CD, “Brand new eyes”.

9) She is a maniac

Essa é homenagem para a Fernanda, que arrasou na pista de dança. “... and she’s dancing like she’s never danced before”.

10) Speechless – Lady Gaga

Quem bombou tanto no Brasil como nos EUA nesse tempo foi a Lady Gaga. Mesmo com os hits “Bad Romance”, “Poker Face”, “Monster”, etc e tals, a minha favorita é “Speechless”.

11) Winter song – Sara Bareilles & Ingrid Michaelson

Essa belíssica música, assim como “Snowfall” (também da Ingrid Michaelson), me acompanhou durante toda a espera pela primeira neve. E quando a neve chegou, ambas as canções foram a perfeita combinação: adorava ouvi-las enquanto eu via os flocos de neve caindo da minha janela (do nono andar).

12) Gravity – Sara Bareilles

Acabei descobrindo o quanto gosto da Sara Bareilles. A música é linda, vale a pena ouvir.

13) Tic Toc – Keisha

Mais uma música que fazia todo mundo “ferver na pista” (quem lê pensa que eu só festava por lá, né?).

14) New perspective – Panic at the Disco

O novo single do Panic at the Disco me marcou também. Parece que foi feito exatamente para esse momento da minha vida, em que tentei encarar a vida “from a new perspective”.

15) MMMBop – Hanson

Essa é a homenagem para a Kele, que é fã do Hanson. Desculpa, mas é a única música deles que consigo lembrar, haha.

16) Last Christmas

Essa música de Natal ficou na minha cabeça por vários dias depois de ter que escutar ela incessantemente durante várias horas no shopping (na Black Friday). No fim das contas, acho que gosto dela!

17) Nobody said it was easy – Coldplay

Ideia que veio da Gabi. Acho que encaixa perfeitamente com o momento de voltar para casa. Não é nada fácil deixar os amigos para trás, mas isso só prova o quão importante tantos foram (e são) na minha vida.

18) Lucky – Jason Mraz

Foi nessa música que pensei quando viajei de volta. Afinal, I am “lucky to have been where I have been, lucky to be coming home again...”
Sem contar que ela tem um clima de verão que tem tudo a ver com o nosso Brasil (que tá derretendo de tanto calor, por sinal).